quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ainda em jeito de apresentação


Perguntas-me, Caro Amigo, se não tenho já muito que fazer, se o tempo não me falta para as diversas coisas que tenho já entre mãos e todas as responsabilidades inerentes aos diversos cargos que desempenho dentro e fora do convento.

Honestamente devo responder-te que sim, mas igualmente tenho que responder-te que me sinto no dever de avançar para este projecto, para esta missão, como a considero, por fidelidade à minha própria vocação e ao que me apaixonou ser dominicano.

Fazendo minhas as palavras do frère Thierry, um frade dominicano francês, passada a barreira dos quarenta anos, no meu caso quase a atingir os quarenta e cinco, concedo-me a ilusão de acreditar que se pode começar a escrever o que se pensa, ainda que por esta idade e no conjunto da Igreja a ocupação de cargos, ou a sua pretensão, conduza a um mutismo justificado com a virtude da caridade e da responsabilidade e, o que é menos louvável, pelo desejo de não desapontar nem perder as oportunidades de carreira.

Porque somos membros de uma Ordem Religiosa cujo estandarte é a “Verdade”, proponho-me a uma palavra livre e fiel à vocação de que quero falar, uma palavra que desperte o amor por ela, ou, no mínimo, um conjunto de questões que inquietem e apelem a uma resposta. Será portanto uma proposta vocacional dominicana, mas também, e sobretudo, uma proposta que me compromete pessoalmente enquanto agente dessa vocação.

Neste sentido procurarei evidenciar o que são os chamados “pilares” da Ordem, os elementos que estruturaram a vida dominicana ao longo dos quase oito séculos da sua existência, assim como os modos e carismas pessoais, e que fazem ainda hoje do ecossistema dominicano uma vocação no coração da Igreja e para a salvação das almas.

E se os discursos e realizações que se apresentam como modernos e actuais envelhecem depressa, temos o dever de olhar e acolher aqueles que perduraram no tempo e hoje nos podem servir ainda de garantia de futuro.

Ilustração: Dominicano entre portas do Convento São Domingos de Bolonha

1 comentário:

  1. Meus Parabéns por este belíssimo texto...tocante e profundo para qualquer jovem, como eu, que procura a Verdade!
    Que busca a vocação...
    Deus nos mostra a Verdade, mas precisamos de encontrá-la e reencontrá-la incessantemente.

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