Honestamente devo responder-te que sim, mas igualmente tenho
que responder-te que me sinto no dever de avançar para este projecto, para esta
missão, como a considero, por fidelidade à minha própria vocação e ao que me
apaixonou ser dominicano.
Fazendo minhas as palavras do frère Thierry, um frade dominicano
francês, passada a barreira dos quarenta anos, no meu caso quase a atingir os
quarenta e cinco, concedo-me a ilusão de acreditar que se pode começar a
escrever o que se pensa, ainda que por esta idade e no conjunto da Igreja a
ocupação de cargos, ou a sua pretensão, conduza a um mutismo justificado com a virtude
da caridade e da responsabilidade e, o que é menos louvável, pelo desejo de não
desapontar nem perder as oportunidades de carreira.
Porque somos membros de uma Ordem Religiosa cujo estandarte é
a “Verdade”, proponho-me a uma palavra livre e fiel à vocação de que quero
falar, uma palavra que desperte o amor por ela, ou, no mínimo, um conjunto de questões
que inquietem e apelem a uma resposta. Será portanto uma proposta vocacional
dominicana, mas também, e sobretudo, uma proposta que me compromete
pessoalmente enquanto agente dessa vocação.
Neste sentido procurarei evidenciar o que são os chamados “pilares”
da Ordem, os elementos que estruturaram a vida dominicana ao longo dos quase
oito séculos da sua existência, assim como os modos e carismas pessoais, e que
fazem ainda hoje do ecossistema dominicano uma vocação no coração da Igreja e
para a salvação das almas.
E se os discursos e realizações que se apresentam como
modernos e actuais envelhecem depressa, temos o dever de olhar e acolher
aqueles que perduraram no tempo e hoje nos podem servir ainda de garantia de
futuro.
Ilustração: Dominicano entre portas do Convento São Domingos de Bolonha
Meus Parabéns por este belíssimo texto...tocante e profundo para qualquer jovem, como eu, que procura a Verdade!
ResponderEliminarQue busca a vocação...
Deus nos mostra a Verdade, mas precisamos de encontrá-la e reencontrá-la incessantemente.