Foi em Toulouse que São Domingos fundou aquilo que podemos
chamar o primeiro convento dominicano, a primeira casa de irmãos pregadores. Hoje
nada resta desse primitivo espaço.
Mas se não existem as paredes, as pedras que as sustentaram,
existe ainda hoje o espirito que animou essa primeira comunidade, que deu vida
ao que ali se viveu.
Desde o primeiro momento que os homens que se juntaram a
Domingos de Guzman procuraram viver em comunidade, uma união de vida, uma união
de oração e uma união na pregação.
O convento não é como uma abadia, que tem extensas propriedades
sobre as quais tem que se vigiar e exercer a administração. O convento não
exige o voto de estabilidade que exige a vida monástica, a fixação a um
mosteiro localizado num determinado lugar.
Os conventos dominicanos nasceram na cidade, são fruto do
desenvolvimento urbano que marcou o século treze, e estão ao serviço da cidade
e da sua cultura. Ainda hoje e passados oitocentos anos sobre a fundação da
Ordem é a cidade o nosso campo de acção.
O convento é afinal um convénio estabelecido entre todos os
membros da comunidade que o compõem no sentido da prossecução do fim a que se
destinam, a pregação e a salvação das almas. A oração, o estudo e a vida comum
propiciam e potencializam a realização da missão.
Para fazer face a esta missão, e à forma como ela se exercia,
encontramos nas igrejas dos conventos uma disposição fora do comum, alterada no
século dezasseis com as normas litúrgicas e arquitectónicas emanadas pelo Concílio
de Trento.
Nos conventos primitivos da Ordem podemos verificar como a
pregação marcava a disposição e organização do espaço, não só na igreja, com o
púlpito, mas também nas dependências mais básicas, como o dormitório. Face à
necessidade do estudo pessoal para a pregação bem cedo os dominicanos
abandonaram os dormitórios comuns e adoptaram as celas individuais.